Estou lendo um texto da Nancy Fraser... Da Redistribuição ao Reconhecimento? Dilemas da Justiça na era Pós-Socialista
Durante a leitura deste texto, vez por outra me lembrei do texto de Marshal Sallins - Ilhas de História, pois afinal , há dominação cultural ou os grupos estão procurando mudar? Os grupos que são comumente chamados de minorias - diversas etnias indígenas, semitas, grupos homossexuais, as mulheres, etc. estão sendo dominadas para a transformação ou estão procurando a transformação e se reposicionando dentro da sociedade da qual estão sendo inseridos... ou estão se inserindo.
Digo isto porque durante o texto fui recordando além de Marshal Sallins outras leituras que tenho feito que tratam sobre "estado de exceção".
Pude ver uma grande proximidade entre os temas pois ambos tratam sobre exclusão.
Me ocorreu como a noção de igualdade é construída e se choca constantemente com a de liberdade; como é recorrente o uso do conceito de igualdade como restringente da liberdade.
Mesmo no texto da Nancy pude observar isto porque ela fala que o limite para o reconhecimento das diferenças são os "direitos humanos".
Neste bendito [ironic] texto (Direitos Humanos) se faz uma construção de humanidade baseando uma igualdade que restringe a liberdade, pois coloca todo ato além daquela humanidade como não sendo humana e assim passível de punição para retorno à humanidade. [obrigado Hitler por tornar possível a construção daquele texto... sorry pela irônia, não sou nenhum nazi-facista nem anti-semita]. O que me ocorreu é ver que , muito embora, a autora diz que a exploração econômica e a dominação cultural acoontecem dentro de uma mesma sociedade e que é necessário encontrar uma conceituação teórica que de conta delas duas em conjunto, é necessário atentar que são dois problemas conflitantes, assumir os dois ao mesmo tempo é extremamente problemático pois interfere demasiado nas práticas culturais.
Só para por uma pimenta, a noção de desenvolvimento econômico para um grupo étnico certamente não é o mesmo que para outro grupo, assim, como querer tratar uma deficiência econômica de um grupo se ele mesmo não vê essa deficiência econômica? "Pai, afasta de mim esse cálice", não quero ser etnocêntrico.
São apenas algumas pontuações após uma rápida leitura.
Quem sou eu
- Thiago O. Santello
- Cientista social e eterno acadêmico de Ciências Sociais, professor do Ensino Médio, leitor assíduo de Saramago, Agamben... Alguns me rotulam de liberal, eu mesmo já fiz isso (quanta vergonha!)... hoje já me salvei comigo mesmo deste rótulo; Tenho sentido um profundo pessimismo com esse mundo louro, mas ainda resta uma esperança de ter espaço ao sol - que os bons ventos soprem sobre a ironia do destino e me levem à doces paragens.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
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2 comentários:
Um abraço Thiago
Desejo sucesso para você, seu blog e seus projetos.
Sobre o artigo, meu, nao sei do que vc ta falando, mesmo porque nao o li.
Ótimo blog!
É bom encontrar estudantes de cso que trazem os debates pra fora das salas de aula.
Voltarei sempre que puder!
Saudações!
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